A cegonha não tem o menor medo do homem. Por isso, sempre conviveu nas cidades e foi um dos animais com que o homem se familiarizou mais rápido. Cegonhas têm o porte altivo, grande, são monogâmicas, carinhosas com a cria, fazem um ninho que dura muitos anos e são predadoras de espécies nocivas. Observando essas características tão particulares, logo crenças começaram a surgir.
No antigo Egito, o hieróglifo em forma de cegonha significa "alma". Na cultura hebraica, a palavra "cegonha" (חסידה/chasidah) significa também "misericordioso". Na mitologia eslava, elas eram as responsáveis por levar as almas do paraíso para a Terra. Na Grécia existe uma lei chamada Perlagonia (do grego antigo pelargos, que significa cegonha) que obriga os filhos a cuidarem dos pais quando velhos. Elas eram tão respeitadas que até o séc XVI, que se uma cegonha aparecesse durante uma execução, o condenado era perdoado, pois acreditava-se que a ave sabia de sua inocência.
No folclore alemão há registros da crença de que as cegonhas encontravam bebês em pântanos ou cavernas e, caridosas, os traziam de volta para a cidade. Se um casal quisesse um desses bebes, precisava anunciar colocando doces na janela.
Daí essa história acabou chegando nos ouvidos de Andersen e ele a imortalizou (e a espalhou mundo afora)
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